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Mesa-redonda da EGC reúne especialistas na obra de Celso Furtado

 

Ao inaugurar uma agenda voltada para tratar de assuntos de economia política e economia, a Escola de Gestão e Contas Públicas (EGC) do Tribunal de Contas do Município de São Paulo promoveu uma mesa-redonda inédita com o tema “Celso Furtado e os 50 anos de O Mito do Desenvolvimento Econômico”. Para concretizar a iniciativa, reuniu na quinta-feira (26/09) como palestrantes nomes importantes e de especialistas, como o ex-ministro Luís Carlos Bresser-Pereira, a jornalista Rosa Freire d’Aguiar e o professor universitário Alexandre Saes. O evento foi realizado ao vivo e teve transmissão pelo canal do YouTube da Escola.

Neste ano, o livro “O Mito do Desenvolvimento Econômico”, de Celso Furtado, completa 50 anos desde sua publicação. Lançado em 1974, o livro trouxe uma perspectiva inovadora e crítica sobre o desenvolvimento econômico, desafiando as ideias predominantes da época.

No livro, o economista reflete sobre os limites econômicos e ambientais dos modelos dominantes de desenvolvimento a partir da experiência teórica de um país subdesenvolvido. Os estudos de Celso Furtado ultrapassam fronteiras disciplinares, continentes, e até décadas, para fomentar o pensamento crítico em economia em suas mais diversas vertentes.

Visto como um dos mais destacados intelectuais brasileiros do século XX, o economista Celso Furtado tem muitos de seus conceitos válidos ainda nos dias de hoje. Prova disso é o interesse renovado por sua obra O Mito do Desenvolvimento Econômico, publicada no Brasil há exato meio século e que permanece atual.

Para marcar o cinquentenário do livro, diversas instituições acadêmicas e culturais estão organizando eventos e debates on-line. Esses encontros visam refletir sobre a atualidade das ideias de Furtado e sua relevância para os desafios econômicos e ambientais contemporâneos.

Antevendo o que viria a acontecer em termos de preservação ambiental meio século após a publicação de seu livro, o economista e ex-ministro Celso Furtado, criador da Sudene, argumentou que o desenvolvimento econômico, conforme concebido pelas nações industrializadas, era insustentável e prejudicial ao meio ambiente. Ele apontou que o crescimento econômico desenfreado estava levando à degradação ambiental e ao esgotamento dos recursos naturais.

A obra de Furtado foi pioneira ao questionar o modelo de desenvolvimento adotado após a Revolução Industrial, que priorizava o progresso econômico a qualquer custo. Ele trouxe para o debate brasileiro as discussões internacionais sobre os limites do crescimento, influenciadas por relatórios publicados pelo Clube de Roma em 1972.

A celebração dos 50 anos de “O Mito do Desenvolvimento Econômico” é uma oportunidade para revisitar as contribuições de Celso Furtado e discutir caminhos para um desenvolvimento mais sustentável e equitativo. Nesse sentido, a mesa-redonda teve por objetivo discutir a atualidade da obra a partir de ideias e conceitos que podem inspirar a imaginação de novos horizontes para o desenvolvimento econômico sustentável.

Como palestrantes convidados participaram Luiz Carlos Bresser-Pereira, professor Emérito de Fundação Getúlio Vargas, diretor do Centro de Estudos do Novo Desenvolvimentismo na FGV. Doutor em Economia pela Faculdade de Economia e Administração da Universidade de São Paulo. Ex-ministro da Fazenda e da Reforma do Estado e também um intérprete de longa data da obra do Celso Furtado;

Rosa Freire d'Aguiar, jornalista, editora e tradutora, que foi fundadora do Centro Internacional Celso Furtado de Políticas para o Desenvolvimento e que tem sido uma das principais responsáveis pela .difusão das obras e das ideias de Furtado nos últimos 20 anos. Ela se casou com Celso Furtado em 1979; e, 

Alexandre Saes, diretor da Biblioteca Brasiliana Guita e José Mindlin da USP e professor do Departamento de Economia da Faculdade de Economia e Administração da Universidade de São Paulo, que tem também um extenso currículo de pesquisa em História econômica e pensamento econômico do país.

A palestra on-line teve organização e mediação realizadas pelo auditor de Controle Externo do TCMSP, Rômulo Manzatto, economista formado pela Faculdade de Economia e Administração da Universidade de São Paulo e mestre em Ciência Política pela mesma universidade.

Essa atividade virtual, bem como o registro de diversos outros eventos, permanece disponível para consulta ao público interessado por meio da página da EGC no Youtube.

Confira a íntegra da palestra da EGC.