Na terceira e mais recente edição da série Ciclo de Palestras sobre Auditoria de Obras Públicas, o Índice de Maturidade de Projetos (IMP) foi o tema central da apresentação virtual promovida pela Escola de Gestão e Contas Públicas (EGC) do Tribunal de Contas do Município de São Paulo. Com apoio do Instituto Brasileiro de Auditoria de Obras Públicas (Ibraop), a atividade objetiva abordar as diversas temáticas referentes à fiscalização de obras do setor público. O evento realizado ao vivo na terça-feira (05/11) teve transmissão pelo canal do YouTube da Escola.
O convidado para a exposição desse tema técnico foi o auditor federal de controle externo do Tribunal de Contas da União (TCU), Rafael Martins, engenheiro civil, com especialização em Engenharia Diagnóstica, Análise Econômica do Direito e Combate à Corrupção. Ele foi premiado por trabalhos de destaque e inovadores no setor de infraestrutura pelo TCU.
O Índice de Maturidade de Projetos, também chamado de Indicador de Percepção de Maturidade de Projetos, é considerado uma ferramenta de avaliação que mede a capacidade de uma organização em gerenciar projetos de forma eficaz. O IMP é utilizado para identificar pontos fortes e áreas que precisam de melhorias, ajudando as organizações a desenvolver melhores práticas, aumentar a eficiência e a qualidade de seus projetos. Configura-se como um guia para aprimorar a gestão de projetos, garantindo que eles sejam concluídos dentro do prazo, do orçamento e com os resultados esperados.
No encontro, Rafael Martins informou que o TCU optou por utilizar como base para a criação de seu indicador a metodologia chamada 5CM (Five Case Model), que no Brasil é identificada como Modelo de Cinco Dimensões. Trata-se de metodologia que analisa 21 parâmetros da área de infraestrutura para identificar o grau de maturidade dos projetos, tendo sido aprovada pelo TCU, com a perspectiva de ser usada de modo disseminado para toda a administração pública, com destaque para auditorias do Sistema Tribunais de Contas. “Nas ações prévias que são avaliadas pelo indicador, estão elementos como requisitos sobre o licenciamento ambiental até a análise de risco e benefícios públicos”, disse o palestrante.
O IMP analisa diversos aspectos da gestão de projetos, como planejamento, execução, monitoramento e controle, além de considerar a experiência e as competências da equipe envolvida, mostrando-se instrumento de destaque para garantir a qualidade e a eficiência das obras públicas. “Os problemas de projetos deficientes ou defasados são uma das principais causas identificadas que levam à paralisação e ao atraso de obras públicas no país. Projetos não dão errado, eles começam errado”, declarou Martins, citando frase comumente utilizada em auditorias de infraestrutura.
O Ciclo de Palestras sobre Auditoria de Obras Públicas reuniu profissionais de diversas instituições, incluindo engenheiros, gestores de projetos e auditores de controle externo, proporcionando um espaço para a troca de experiências e conhecimentos. Na avaliação de Rafael Martins, com a disseminação do uso do Índice de Maturidade de Projetos, a expectativa é que as obras públicas no país alcancem níveis cada vez maiores de eficiência e qualidade. “Entretanto, a utilização sistemática e frequente do IMP vai requerer maior adaptação do auditor de controle externo à ferramenta”, concluiu o palestrante.
A mediação do encontro virtual ficou sob a incumbência do auditor de Controle Externo do TCMSP, Rafael Rocha, engenheiro civil formado pela Universidade Federal de Alagoas, cursando o Programa de Mestrado Profissional Gestão e Políticas Públicas da FGV-EAESP. Durante o encontro, ele registrou as manifestações dos participantes pelo chat do Youtube.
O quarto encontro do Ciclo de Palestras sobre Auditoria de Obras Públicas vai enfocar o tema “O papel dos TCs na efetividade dos Estudos Técnicos Preliminares”, e será apresentado por Guilherme Bride Fernandes, do Ibraop e do TCE-ES, no próximo dia 12 de novembro.
Essa atividade virtual, bem como o registro de diversos outros eventos, permanece disponível para consulta ao público interessado por meio da página da EGC no Youtube.
Assista à íntegra da palestra da EGC.