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André Galindo da Costa

Carlos Tulio Matus Romo, popularmente conhecido como Carlos Matus, é considerado hoje uma das principais figuras ligadas ao planejamento governamental. Com experiências profissionais na iniciativa privada e no setor público, pensou um modelo de planejamento adaptado a realidade governamental.

 

Esse é o Planejamento Estratégico Situacional, ou Método PES. Carlos Matus nasceu no dia 19 de novembro de 1931 em Santiago do Chile e veio a falecer no dia 21 de dezembro de 1988 na cidade de Caracas na Venezuela.

A formação de Matus foi voltada para as áreas econômica e de gestão. Ele era graduado em Engenharia Comercial pela Universidade do Chile e possuía MBA em Alta Direção e Planejamento Estratégico pela Universidade de Harvard. Desenvolveu carreira docente, com destaque para a sua atuação como professor da disciplina de Política Econômica no curso de pós-graduação em Planejamento e Desenvolvimento da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (CEPAL). Cabe destacar que a CEPAL foi criada em 1948 pelo Conselho Econômico e Social das Nações Unidas para estimular o desenvolvimento e a cooperação entre os países latino-americanos e caribenhos.

Sua carreira profissional foi marcada por importantes atuações no governo chileno e em órgãos internacionais. Foi diretor do Instituto Latino-americano e do Caribe de Planejameto Econômico e Social (ILPES) e coordenou o desenvolvimento da metodologia de planos operativos anuais para países latino-americanos.

Em 1970 o médico chileno Salvador Allende é eleito presidente do Chile. Em um primeiro instante, Matus assumiu a presidência da Companhia de Aço do Pacífico, tendo um papel fundamental na criação do complexo siderúrgico e metalúrgico do Chile. Em 1972 torna-se Ministro da Economia, Fomento e Reconstrução do Chile, acumulando também o cargo de Presidente do Conselho da Corporação de Fomento e Produção (CORFO). Em 1973 tornou-se assessor econômico do Presidente da República e Presidente do Banco Central do Chile, cargos que deixaria por conta do golpe de Estado arquitetado pelos Estados Unidos e o Comandante Chefe do Exército do Chile, Augusto Pinochet.

Após a instalação do regime militar golpista no Chile, Carlos Matus ficou preso por dois anos nos campos de concentração de Ilha Dawson e de Ritoque. Nesse período fez importantes reflexões teóricas e começou a escrever suas principais obras. Em 1975 foi exilado para a Venezuela, onde atuou como pesquisador do Centro de Estudos de Desenvolvimento da Universidade Central da Venezuela. Em Caracas trabalhou no Ministério da Fazenda com atividades ligadas a modernização do sistema fiscal do país. Na década de 1980, ainda na Venezuela, foi consultor em órgãos como a Oficina Central de Coordenação e Planejamento (CORDIPLAN) e o Instituto Venezuelano de Planejamento.

Suas últimas atividades profissionais se deram na Organização das Nações Unidas (ONU), na Fundação Altadir e na Fundação Friedriech Ebert. Nos anos 1990 ministrou diversos cursos e palestras em países como a Alemanha, Argentina, Brasil, Chile, Colombia, Equador e Venezuela. Entre algumas de suas obras de maior destaque encontram-se: Estratégia e Plano (1972), Planejamento de Situações (1977), Adeus, Senhor Presidente (1987), O Método Pes: Entrevista com Matus (1994), Chimpanzé, Maquiavel e Gandhi (1995), O Líder sem Estado Maior (1997), O Método MAPP (1998) e Teoria do Jogo Social (2000).


 

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