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André Galindo da Costa

Um dos principais potenciais da economia política é entender as relações econômicas como processos íntimos as relações sociais. Dessa forma, não cria uma compreensão puramente quantitativa quando pensa em modelos econômicos. Tenta entender o quanto a atividade economia é causa ou consequência de questões relacionadas: a cultura, a sociedade, a política, a estratificação social, ao momento histórico, ao desenvolvimento tecnológico, etc.

Entre os temas de interesse da economia política está o modo de produção. Modo de produção é a forma como uma determinada sociedade em um determinado momento produz e distribui bens e serviços. Muitos são os modos de produção que existem e existiram ao longo da história. Mesmo os modos de produção hegemônicos se manifestam ou manifestaram de diferentes formas. No entanto, aqui serão destacados os modos de produção considerados mais importantes para a economia política. Sua importância se dá pela influência que tiveram sobre a mobilização de recursos e pessoa.  Eles também são relevantes na medida em que pautaram a organização política de sociedades.


Comunidade primitiva: O modo de produção primitivo, ou comunidade primitiva, é dividido em dois momentos. O primeiro deles perdurou entre 30.000 e 5.500 anos antes de Cristo. Ele foi marcado pelo nomadismo, coleta de vegetais e caça de animais. Nessa época também eram produzidas algumas ferramentas rudimentares. Entre os anos 5.500 a 2.000 antes de Cristo aconteceu o segundo período da comunidade primitiva. Nele as ferramentas passam a ser aperfeiçoadas e as pessoas começam a se fixar em territórios. Nessa segunda etapa começa a existir a divisão entre trabalhos artesanais e agrícolas  e se realizam trocas com os excedentes produzidos.


Modo de produção escravista: Ocorreu entre os anos 2.000 antes de Cristo e 500 depois de Cristo. Foi marcante nas civilizações grega e romana. Nele duas classes sociais se destacavam: os escravos e os seus proprietários. Enquanto os primeiros trabalhavam, sem ter direitos algum, os segundos se apropriavam de toda a sua produção.


Modo de produção asiática: Marcante em diversas civilizações, como a: babilônica, assíria, fenícia, hebraica, persa, chinesa, indiana, egípcia, etc. Esse modo de produção teve como marca a propriedade estatal da terra e a construção e manutenção de obras hidráulicas. Seu sistema político era bastante centralizador.


Modo de produção feudal: Manifestou-se, principalmente, na Europa entre os anos 500 e 1.500 depois de Cristo. Possuía organizações político-sociais bastante descentralizadas, no caso os feudos. Os servos, que não eram escravos, executavam o trabalho e os senhores feudais eram os proprietários de terra. As atividades agrícolas foram as principais atividades econômicas dessa época, já o comércio era bastante insignificante.

Modo mercantil simples: Foi marco para a unificação e fortalecimento dos estados nacionais europeus. Manifestou-se, aproximadamente, entre os anos 1.500 até 1.800. O comércio e a atividade financeira passam a ser dominantes. Mercadorias passam a ser trocadas por dinheiro de maneira muito intensa.


Modo de produção capitalista: Populariza-se com a revolução industrial e aumento das fábricas. Aqui a lógica produtiva passa a ter um modelo sistêmico bastante organizado e pautado na geração e acúmulo de capital. Para tanto é necessária a transformação de matéria prima com o uso dos outros meios de produção: máquinas e mão de obra. Hoje o capitalismo observa uma lógica muito mais financeira que industrial, sendo que bancos e instituições financeiras passam a ter o controle das demais atividades produtivas.


Modo de produção socialista: Diversas foram as experiências socialistas por todo o século XX. No entanto, a mais popular foi a vivenciada pela União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (U.R.S.S.). Após um misto de instituições socialistas e capitalistas, na época da Nova Política Econômica (NEP), a U.R.S.S. passa a ser marcada por: propriedade estatal dos meios de produção, planejamento econômico centralizado e a tentativa de distribuição igualitária da renda.

 

pintura medieval

Pintura medieval retratando o trabalho em um feudo.

 

 

Referência
NETTO, José Paulo; BRAZ, Marcelo. Economia política: uma introdução crítica. São Paulo: Cortez, 2011.


Os artigos aqui publicados não refletem a opinião da Escola de Contas do TCMSP e são de inteira responsabilidade dos seus autores.