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Assessoria de Imprensa

Em mais um evento promovido para comemorar o Jubileu de Ouro do Tribunal de Contas do Município de São Paulo (TCM), a Escola de Contas foi palco do show "Cantigas, rimas e versos" e da Feira de Cordel, na sexta-feira (07/12).

Quem conduziu o público na viagem pelas raízes da cultura nordestina foi o cantor, ator, compositor e poeta Costa Senna e seus parceiros, o percussionista Jubilo Jacobino e o violonista Thiago Stocco. A última realização da Escola de Contas neste ano contou com o apoio da Associação dos Servidores do Tribunal de Contas do Município de São Paulo (ASTCOM); e da produtora Yonara Dantas.

costa senna 1

Não precisou nem Costa Senna entrar para o show começar. Logo na apresentação do artista, o jornalista e assessor do gabinete do conselheiro presidente do Tribunal João Antonio, Djair Galvão, fez um rápido desenho do cordelista:

O poeta Costa Senna,

Que eu conheci na estrada,

Nasceu no ventre da noite,

Numa casa enluarada.

Com três dias caminhou,

Assim me disse a parteira.

Com cinco anos de idade

Chegava em qualquer cidade

E cantava em qualquer feira.

 

O moleque foi crescendo,

Ficando vivo demais.

Um cangaceiro mirim

Do Bando de Ferrabraz.

Tomado de poesia,

Fazendo verso e rimando,

Andava pelo sertão

Soltando palavreado

Dia e noite, noite e dia.

 

Hoje roda o Brasil, nas asas do versejar.

Canta, dança, sapateia,

Tira onda sem parar.

Vive bem da sua arte,

Mas sempre faz sua parte

Olhando o social.

Com rima, verso e palavras,

Torna o mundo mais legal.

 

O poeta Costa Senna já rodou São Paulo e em versos e rimas elencou município por município, bairro por bairro e brincou: "se alguma coisa faltou, não sou um computador, sou poeta popular".

Sua história com a arte começou aos seis anos de idade, quando o tio levou-o a uma apresentação de dança folclórica chamada Bumba meu boi (boi-bumbá). "Lá tinha um cidadão declamando com uma expressividade muito grande, com uma dicção que me invejava. Aquele homem entrou em minha mente e não consegui mais tirar. Faço mais ou menos o que ele fazia, só que cresci porque conheci várias cidades, escrevi livros, gravei CD's, DVD's, participei de filme, tenho uma história muito rica. Mas foi através dele que cheguei até aqui e sempre que estou vivendo um bom momento da vida, lembro dele porque se não fosse aquela cena, com certeza eu não seria Costa Senna".

No repertório do show, o público ouviu vertentes, em cordel, de músicas como "Brasil Caboclo", e de autoria, como "Raul Seixas não morreu". Trava-línguas também fizeram parte do show. "A palavra é uma coisa que quando você começa a trabalhar com ela, chega um tempo que você para e ela trabalha com você, ela vai te conduzindo", afirmou o rimador. Senna foi gago até os 17 anos. A cura foi um trava-línguas recomendado por uma fonoaudióloga, chamada Conceição de Maria. "Ela disse: 'você vai repetir esse trava-línguas meia-hora pela manhã, meia-hora à tarde e meia-hora à noite, depois você volta aqui'. Quando voltei já estava melhor do que ela", brincou.

"Viajo muito, estou sempre em lugares diferentes, tive vários amigos, namoradas, coisas que ficam para trás e você tem que ir porque a vida te leva. Você vai chorando, mas vai", confessou. Essa bagagem cultural garantiu a Senna uma consciência musical elevada, mesmo sem formação. "O que vocês escutam de Belchior, Ednardo, Fagner, Alceu Valença, Zé Ramalho e toda essa gente da MPB (Música Popular Brasileira), sem exceção de ninguém, têm fragmentos da literatura de cordel na obra, mas eles não falam. Por eles não falarem, pensa-se que o cordel é uma coisa pequena, do homem do campo. Mas não, o cordel está na cultura oral do nosso país em praticamente tudo", explicou.

"Há 30 anos os pais não gostariam de filhos poetas, chamariam até de vagabundo na minha cultura, mas hoje é diferente, temos poetas formados em jornalismo, em comunicação, dirigem editoras. No meu caso, fiz questão de ser somente isso. [...] Nunca tive o prazer de ter um patrão", contou Senna arrancando risos do auditório. Ele tem uma paixão especial por livros e um trabalho direcionado à educação. "Foram os livros que conseguiram me indicar um bom caminho", ressaltou. Tanto é que a música retirada do livro "Cordéis que educam e transformam", de sua autoria, alcançou 700 mil visualizações na internet.

cordel grupo

Enquanto o violão era afinado, descreveu o livro, seu melhor amigo, em rimas e versos:

Quero falar para vocês sobre meu melhor amigo,

Que me ajuda a encontrar lazer, trabalho e abrigo.

Desde os meus primeiros anos ele é parte dos meus planos

E segue sempre comigo.

Leio livro em minha cama, em ônibus, metrô, trem,

Em navio, avião, ou mesmo esperando alguém.

Leio para o povo ouvir, leio para transmitir a riqueza que ele tem.

O livro é um mar aonde pescamos capacidade.

O anzol é a leitura,

A isca é a vontade.

E é desse imenso mar, aonde podemos fisgar, saberes, pluralidades.

Livro de contos-de-fadas, espionagem, terror, infantil, juvenil,

Para formação de ator, Direito, Pedagogia, de Moda, Filosofia, Biologia e Humor.

Música, Esporte ou Lazer, de Ética ou Cidadania,

De produtos naturais, tarô, quiromancia.

Livros do mal da guerra, outros que pedem para a Terra paz, amor e harmonia.

Terra, fogo, água e ar, mistérios, ufologia, gramática,

Matemática, cordel, pedagogia, das plantas dos animais,

Todos os minerais, Folclore.

Crianças, jovens e adultos, o livro é uma luz.

Se engrandeça na riqueza que a leitura produz.

Livro dá ressureição, livro dá evolução do legado de Jesus.

Ao final do evento, Costa Senna autografou os livros adquiridos na Feira de Cordel.

Assista aqui ao show na íntegra.

 


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