Assessoria de Imprensa, 14/03/2017
Com o objetivo de apresentar os métodos e recursos disponíveis aplicados em São Paulo para a promoção, proteção e recuperação da saúde dos portadores de dependência química, a Escola de Contas promoveu um workshop sobre o tema. O evento, que lotou o auditório da instituição de ensino do TCM, foi realizado no dia 9 de março.
A exposição do médico Ronaldo Laranjeira, diretor do Inpad - Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia para Políticas Públicas do Álcool e outras Drogas do CNPq e coordenador da Unidade de Pesquisas em Álcool e Drogas – Uniad, teve como tema: “Abordagem – Métodos Terapêuticos, Experiência Nacional e Internacional e Resultados”. Ele destacou aspectos relevantes que envolvem o atendimento ao dependente químico, ressaltando que o tratamento não deve ser prestado apenas com foco no indivíduo, deve incluir os familiares próximos que convivem com o portador da dependência.
O palestrante afirmou, ainda, ser contrário à legalização das drogas, citando experiências de países que adotaram a medida e os efeitos negativos produzidos. Falou sobre o caso do estado americano do Colorado, onde o comércio e uso da maconha são permitidos. Segundo ele, a indústria local estimula o uso da substância entre os jovens adicionando-a na fabricação de barras de chocolate, refrigerantes e outros doces, visando unicamente garantir mais lucros com o aumento do consumo.
O médico Marcelo Ribeiro de Araújo, diretor técnico do Centro de Referência de Álcool, Tabaco e outras Drogas – Cratod, unidade vinculada à Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo, discorreu mais detalhadamente sobre o funcionamento do Programa Recomeço, desenvolvido pelo governo estadual paulista com a finalidade de combater o uso do Crack e resgatar o dependente químico.
Entre as ações do programa, em funcionamento há quatro anos, destacou a criação da Unidade Recomeço Helvética, que ocupa o antigo prédio do Departamento de Estradas de Rodagem (DER), localizado no quadrilátero conhecido popularmente como Cracolândia.
No edifício, foi instalada uma enfermaria para os dependentes químicos, com atendimentos diversos, inclusive desintoxicação. Também são oferecidos serviços de barbearia, chuveiros para banhos, academia de ginástica, espaço cultural e cozinha experimental. O objetivo principal para a criação do espaço foi desenvolver um ambiente que propicie uma aproximação com os pacientes, elevando as chances de êxito no resgate desses indivíduos.
O médico Marcelo Araújo falou ainda sobre o Cratod, classificado por ele como braço da saúde do Programa Recomeço. Inaugurado em 2002 e instalado no Bairro do Bom Retiro, o Cratod funciona como centro de assistência multidisciplinar a dependentes de substâncias psicoativas que oferece acompanhamento especializado por equipe de médicos, psicólogos, enfermeiros, assistentes sociais e dentistas, além de distribuir medicamentos e disponibilizar oficinas terapêuticas.
Ao final dos debates, que tiveram como mediador o médico Antônio Batista, assessor da Escola de Contas, os expositores responderam a questões formuladas pelo público presente. Na sequência, foram entregues certificados de participação aos palestrantes.
