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por Vinícius de Oliveira

Estudo da consultoria McKinsey analisou dados do último PISA, prova internacional realizada em diversos países, incluindo o Brasil. Guia lançado pelo Porvir mostra como a participação juvenil engaja alunos

Um estudo da consultoria Mckinsey com base em dados do PISA (Programa Internacional de Avaliação de Alunos), avaliação internacional com alunos de 15 anos, aponta que o impacto da motivação na aprendizagem de alunos de baixa renda chega a superar a importância da renda e acesso a meios culturais.

Para chegar a essa conclusão, pesquisadores relacionaram respostas dadas por estudantes sobre habilidades socioemocionais com seu desempenho no último exame, aplicado pela OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) em 2015, que teve como foco a área de ciências.

No caso brasileiro, a calibragem da motivação (capacidade do aluno entender em si e no outro o que significa estar motivado), a mentalidade de crescimento (saber que é possível melhorar), senso de pertencimento, motivação e ansiedade com o exame foram as variáveis que tiveram maior impacto no cálculo.

Essas características puderam ser aferidas em questões como a do exemplo abaixo, que constava na prova real:

ST121 – Leia abaixo a descrição de três alunos. Com base nestas informações, em que medida você discorda ou concorda com a afirmação que esse aluno é motivado?

Jane desiste facilmente quando enfrenta um problema e frequentemente não vai preparada para a aula

Charles continua interessado pelas tarefas que começa e às vezes faz mais do que é esperado dele

Jemina quer tirar boas notas na escola e continuar trabalhando nas tarefas até que tudo esteja perfeito.

“O termo calibragem de motivação vem de uma lógica que o primeiro aluno é pouco motivado, o segundo é de nível médio, e o terceiro, muito motivado. Se o aluno responde de uma maneira que fere essa sequência, a gente coloca que sua motivação é baixa”, explica Patricia Ellen, executiva da área de políticas públicas da McKinsey.

No caso brasileiro, a Mckinsey apurou que alunos com motivação bem calibrada de nível socioeconômico baixo tiveram desempenho melhor no PISA do que aqueles de maior poder aquisitivo, melhores condições sociais e culturais, mas pouco motivados. “Em ambos os casos, a motivação resultou em um impacto de quase 50 pontos no PISA. Motivação é muito importante independentemente do contexto socioeconômico, mas se você consegue motivar um aluno em situação de vulnerabilidade, ele consegue ter um desempenho melhor que um aluno em contexto bom. Isso é muito inspirador porque mostra que CEP não determina o desempenho da pessoa”. Enquanto no Brasil a calibragem da motivação resulta em um aumento de 18%, na América Latina o índice é quatro pontos porcentuais menor, 14%.

Outras pesquisas e debates
O peso do lado socioemocional no aprendizado retratado pela McKinsey vai ao encontro de outras pesquisas da área de educação. Programas voltados ao desenvolvimento não-cognitivo podem fazer o desempenho aumentar 44%, segundo estudos do economista-chefe do Instituto Ayrton Senna e um dos líderes do eduLab21.

Entre os fatores que levam motivação e engajamento para estudantes está a participação e o envolvimento em decisões sobre a escola e sobre seu processo de aprendizagem. Para contribuir com o debate, nesta quinta-feira o Porvir lançou o guia Participação dos Estudantes na Escola, que apresenta o contexto, o conceito e dá exemplos de como a opinião de alunos nas instâncias de decisão e na sala de aula resulta em engajamento e valorização da educação.

 


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