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Assessoria de Imprensa, 29/03/2019

Dando sequência ao ciclo de palestras "Poluição hídrica na região metropolitana de São Paulo (RMSP)", a Escola de Contas do Tribunal de Contas do Município de São Paulo (TCMSP) recebeu, na quinta-feira (28/03), o gerente de engenharia do Departamento de Águas e Energia Elétrica (DAEE), Sílvio Luiz Giudice, para discorrer junto ao engenheiro Amândio Martins sobre o "Panorama do desassoreamento do rio Tietê na RMSP". O DAEE é o órgão gestor dos recursos hídricos no Estado de São Paulo.

O engenheiro Sílvio Luiz Giudice apresentou um breve histórico dos trabalhos de desassoreamento do rio Tietê e os custos operacionais envolvidos. Apresentou também um diagnóstico e a importância do desenvolvimento de estudos hidrossedimentológicos no sistema hidrográfico da bacia para avaliar a produção, o transporte e a disposição de sedimentos no rio e seus principais afluentes, como forma de assegurar a eficácia do serviço e, principalmente, agir preventivamente durante sua produção.

Segundo o engenheiro, conforme as bacias vão sendo modificadas, crescem as vazões de pico e a necessidade do aumento das canalizações. Os primeiros relatos de inundação são de 1759, no Adro do Carmo. No rio Tietê, data de 1960. "Os projetos de construção das marginais na década de 1960 previam uma série de melhorias adicionais, porém, os impactos produzidos pela ocupação das várzeas e o avanço da urbanização, após alguns anos, na década de 1970, trouxeram de volta as cheias às áreas marginais, provocando inundações gigantescas e diversos transtornos à cidade", contou o especialista.

As várzeas, locais de enchente, com o tempo foram ocupadas pela urbanização, o que agravou as inundações. "A urbanização e ocupação humana é a própria causadora do problema", esclareceu Giudice. O engenheiro afirmou que nem mesmo a construção de mais piscinões resolve o problema das cheias, mas ela atenua. Além disso, "a desapropriação para piscinões acaba ficando muito mais cara que a própria obra", completou.

O Departamento de Águas e Energia Elétrica cuida da limpeza de 29 piscinões e coordena convênios com as prefeituras. Hoje, o DAEE está dividido em oito diretorias de bacias: Paraíba do Sul, Alto Tietê e Baixada Santista; Ribeira de Iguapé; Médio Tietê; Baixo Tietê; Peixe Paranapanema; Pardo Grande e Turvo Grande. O plano de manutenção envolve o desassoreamento, a limpeza dos piscinões, das bermas e taludes dos rios e o paisagismo e drenagem.

Para conseguir qualquer tipo de financiamento do Fehidro, "a prefeitura tinha que ter um plano diretor de drenagem urbana", explicou. O Plano Diretor de Macrodrenagem da Bacia do Alto Tietê, de 1998, tem em seu conceito geral dimensionar as intervenções necessárias até 2020.

Entre as metas, obras que visam à correção e/ou prevenção de questões consequentes das inundações, que resultam em modificações físicas que podem ser classificadas em três tipos:

1) Aceleração do escoamento (canalização, tubulações, galerias e outras);
2) Retardamento do fluxo (reservatórios e bacias de detenção – piscinões);
3) Desvio do escoamento (túneis e canais de desvio).

Para realizar as obras, alguns métodos e equipamentos usuais para o serviço de desassoreamento são utilizados, como: escavadeiras hidráulicas convencionais; escavadeiras hidráulicas tipo "long-reach"; escavadeiras de arrasto tipo "drag-line" e escavação embarcada pelo curso d'água.

A escavação convencional inclui: simplicidade de execução; técnica amplamente conhecida; necessidade de pistas de serviço ao longo do curso d'água – desmatamento a vegetação ciliar; baixa eficiência de remoção – condicionada ao tipo de equipamento utilizado; e custo operacional menor.

Já a escavação embarcada inclui, para rios menores: técnica de execução e navegação não usuais; necessidade de portos de transbordo pontuais; redução de desmatamento e preservação da mata ciliar; elevada eficiência de remoção, independente do tipo de equipamento; e custo operacional mais elevado.

Para o especialista, cabe aos órgãos do poder público, em especial aqueles que tratam de gestão territorial e urbana, realizar ações coordenadas objetivando a solução dos problemas nas sub-bacias com "muito alto" e "alto" potencial de produção de sedimentos, incluindo medidas como: prevenir o aumento da produção de sedimentos nos compartimentos hidrográficos mais críticos; estabelecer diretrizes e implementação de pontos de monitoramento de sedimentos nos compartimentos hidrográficos; concentrar ações na prevenção e controle de processos erosivos; estabelecer as bases técnicas de orientações para expansão urbana, visando a minimização dos problemas geotécnicos, em especial aqueles decorrentes de erosão, escorregamento, assoreamento e inundações/enchentes; desenvolver e avançar nos estudos de tecnologias para aproveitamento dos sedimentos.

A plateia participou do evento com perguntas ao final da explanação.

Assista aqui o evento completo. 

 

O engenheiro Amândio Martins integrou a mesa debatedora nesta quinta-feira (28/03)
O engenheiro Amândio Martins integrou a mesa debatedora nesta quinta-feira (28/03)

Silvio Luiz Giudice é gerente de engenharia do Departamento de Águas e Energia Elétrica (DAEE)
Silvio Luiz Giudice é gerente de engenharia do Departamento de Águas e Energia Elétrica (DAEE)

A palestra deu sequência ao ciclo de eventos
A palestra deu sequência ao ciclo de eventos "Poluição hídrica na região metropolitana de São Paulo (RMSP)"

O debate aconteceu nesta quinta-feira (28/03) no auditório da Escola de Contas do TCMSP
O debate aconteceu nesta quinta-feira (28/03) no auditório da Escola de Contas do TCMSP

A plateia participou do evento com perguntas ao final da explanação de Sílvio
A plateia participou do evento com perguntas ao final da explanação de Sílvio

Os participantes da palestra receberam certificados de participação no evento
Os participantes da palestra receberam certificados de participação no evento


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