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Assessoria de Imprensa, 21/09/2020

Na tarde de sexta-feira (18/9), encerrando a série de palestras do ciclo de debates “Perdas e Desafios da Educação na Pandemia”, organizado pela Escola de Gestão e Contas do Tribunal de Contas do Município de São Paulo (TCMSP), os expositores das duas últimas mesas do evento trataram das inovações e possíveis caminhos para a Educação em um contexto de pós-pandemia.

Para a primeira mesa do dia, sobre “Necessidades de inovações na Educação”, foram convidados a presidente do Instituto EducaDigital, Priscila Gonsales; a articuladora da plataforma Movimento de Inovação na Educação, Helena Singer, e o coordenador-geral da Campanha Nacional pelo Direito à Educação, Daniel Cara. A mediação dos debates foi realizada pela assessora acadêmica da Escola de Gestão e Contas, Rosane Keppke.

A última mesa, com o tema“O futuro que nos aguarda na Educação”,contou com as presenças do secretário municipal da Educação de São Paulo, Bruno Caetano; do ex-secretário municipal da Pasta na cidade, Alexandre Schneider; do conselheiro do TCMSP edirigente da Escola de Gestão e Contas, Maurício Faria, e da socióloga e educadora Maria Alice Setúbal (Neca Setúbal), da Fundação Tide Setúbal. O mediador da última mesa foi o economista e chefe de gabinete da Escola de Gestão e Contas, Marcos Barreto.

Abrindo os debates do dia, Priscila Gonsales afirmou que os problemas na área da Educação já existiam e apenas se ampliaram neste período de pandemia. Citou como exemplos dessa situação, o acesso à internet precário ou inexistente, desigualdade econômica e a falta de aperfeiçoamento do corpo docente. Para ela, como novo contexto cultural digital, devemos olhar “a tecnologia não só como uma ferramenta para ensinar, e sim como uma teia infinita de conhecimento e aprendizagem”.

Uma preocupação da palestrante é a utilização das grandes plataformas comerciais existentes pelas escolas brasileiras, oferecendo risco à privacidade e à proteção de dados dos alunos. “As gestões públicas e as escolas particulares simplesmente aceitaram as condições, de modo irresponsável, destas empresas, devido à pressa em resolver o problema de manter as aulas de forma remota”, reforçou Priscila.

Em seguida, Helena Singer chamou atenção para um possível retorno às aulas. Segundo ela, “a proposta de retornar as aulas agora, será na velha escola, porém, piorada, porque haverá redução de alunos por sala e período, além de vários cuidados com distanciamento e higiene pessoal”.

Helena ainda falou sobre a necessidade de recriar o sentido da escola, assim como dos espaços e tempos das instituições de ensino. Para que isto ocorra de forma independente, segundo a palestrante, “precisamos que o governo garanta às escolas liberdade para recriarem seus métodos de ensino de acordo com suas realidades”.

Por fim, ela lembrou que a troca de conhecimentos entre escola e alunos só trará benefícios no novo normal, sendo que “a escola fortalece a comunidade e esta se fortalece com o conhecimento da comunidade”.
Terceiro palestrante da mesa, Daniel Cara, destacou que a Educação é um direito consagrado na Constituição Federal e não deve estar baseada em vieses econômicos. Para ele, o ensinoa distância nos dias de hoje é excludente, visto que muitos alunos não têm condições de ter computador e nem internet que funcione minimamente. “Os governos deveriam garantir internet de qualidade gratuita a todos os cidadãos e não fazem isso”, alerta o expositor.

Dando continuidade à sua explanação, Cara também destacou que a imprensa nacional,por vezes, tira do contexto orientações da Organização Mundial da Saúde (OMS)e acaba gerando polêmicas. “A OMS diz que é interessante o retorno às aulas desde que a transmissão comunitária esteja reduzida e controlada, o que não ocorre no Brasil”, apontou. E complementa: “qualquer posição que defenda um retorno às aulas presenciais,


Segunda mesa

Ao tratarem dos desafios a serem enfrentados no retorno às aulas presenciais, todos os palestrantes da segunda mesa do dia deram destaque às desigualdades na educação, que se potencializaram nesse contexto de pandemia.

Além disso, os cuidados com a saúde mental de alunos e professores, a preparação de gestores e professores para o retorno às aulas presenciais, a urgência no diagnóstico de aprendizagense os benefícios da realização de trabalhos intersetoriaispara garantir a aprendizagem foram temas abordados por todos.

O ex-secretário municipal de Educação, Alexandre Schneider, abriu os trabalhos da segunda mesa do dia. Chamou atenção para o fato de que é preciso pensar tanto na adaptação da infraestrutura da escola aos protocolos sanitários quanto no acolhimento da comunidade escolar. “Os desafios envolvem os cuidados com as pessoas e com a infraestrutura”, destacou.

Schneider falou, ainda, sobre a necessidade do redesenho do currículo escolar, “de forma que os conteúdos desse ano e dos dois próximos anos sejam entendidos como um ciclo de aprendizagem”. De acordo com o palestrante, dessa forma as escolas poderão se planejar de forma a garantir que os objetivos de aprendizagem sejam efetivamente cumpridos ao longo desse ciclo.

Na sequência, o conselheiro do TCMSP,Maurício Faria, que atualmente é o relator das matérias sobre educação, fez uma explanação geral sobre o tema proposto pela mesa, tendo como referência a realidade do Município.

Na sua avaliação, “o futuro que nos aguarda na educação, com a situação da pandemia, é um futuro de prejuízos, desafios e incertezas, ou seja, há um quadro muito complexo cercando a questão educacional brasileira”.

No Município, destaca duas medidas por parte do Poder Público que podem ter um certo alcance estratégico para o enfrentamento das dificuldades.

A primeira delas refere-se à avaliação diagnóstica da realidade de cada aluno, para avaliar o grau de aprendizagem e a condição socioemocional.

A outra medida citada pelo conselheiro diz respeito à aquisição e distribuição de tablets aos alunos da rede municipal, com acesso à internet. “O TCMSP está acompanhando essa licitação para verificar sea tecnologia dos tablets atendem à sua função e também para averiguar de que forma se dará a produção e emissão dos conteúdos por parte da Secretaria Municipal de Educação”, informou.

Dando continuidade ao debate, a educadora e socióloga Neca Setúbal ressaltou que é preciso pensar projetos de reforço ede aceleração em sala de aula,que possam suprir as defasagens maiores de alguns alunos. “Nós temos várias organizações da sociedade civil que atuam na educação e várias fundações que apoiam iniciativas na área e que podem fazer parcerias com assecretarias nessa direção”.

A palestrante ainda falou sobre a realidade daevasão de jovens, sobretudo aqueles que estão no final do ensino fundamental e no ensino médio.Na opinião de Neca Setúbal, no retorno às aulas presenciais as escolas precisam pensar em atividades e projetos“para que esses jovens voltem e se mantenham na escola, não percam esse vínculo”.

No encerramento do ciclo de debates, o secretário municipal de Educação, Bruno Caetano concentrou sua explanação nas ações da secretaria durante a pandemia e no processo de construção para a retomada das aulas presenciais, que se iniciará com atividades extracurriculares, previstas para o mês de outubro e, o retorno às aulas, planejado para novembro.

No que diz respeito às ações, o secretário citou a distribuição de material pedagógico impresso aos alunos. Acrescentou que, “de forma suplementar e complementar, a Secretaria Municipal de Educação estruturou também um trabalho de ensino a distância, tendo como principal plataforma o google sala de aula”.

Também mencionou as ações que dizem respeito à segurança alimentar, lembrando que aproximadamente 60% dos alunos pertencem às classes C, D e E.“A secretaria desenvolveu o cartão alimentação e foram distribuímos aproximadamente 800 mil deles até hoje”, explicou.

Quanto às estratégias que estão sendo desenhadas para retorno às aulas presenciais, Bruno Caetano falou sobre a construção dos protocolos de retomada e do planejamento de atividades de acolhimento de educadores e estudantes. Destacou que fará parte desse processo, a realização de uma prova para avaliação diagnóstica do impacto da pandemia nas aprendizagens de cada aluno.“A secretaria deverá realizar essa avaliação diagnóstica no mês de outubro, mais tardar no mesmo de novembro, e fará parte obrigatória da estratégia de retorno às aulas”, informou durante a sua explanação.

O Ciclo de Debates “Perdas e desafios da Educação na Pandemia” foi realizado nos dias 4, 11 e 18 de setembro, em ambiente virtual, com a participação de autoridades e especialistas nas áreas de educação e saúde, gestores públicos,representantes de Tribunais de Contas, da Academia e da sociedade civil.

Nesses três dias, foram abordados temas diversos, entre os quais, desafios de aprendizagem,estratégias e prioridades para os investimentos e gastos emergenciais, desigualdades educacionais, necessidade de inovações,atividades intersetoriais, desafios da integração do uso da tecnologia à aprendizagem, formação de gestores e professores, saúde mental de alunos e professores, protocolos de retorno para as atividades escolares presenciais, participação de pais e comunidade,diagnóstico e indicadores de aprendizagem, atuação dos órgãos de controle externo na fiscalização e avaliação das políticas públicas de educação.

O conteúdo das palestras está disponível no youtube e facebook da Escola de Gestão e Contas do TCMSP.

Confira a íntegra do último dia do ciclo:

 

Leia também:

Educação na pandemia é tema de ciclo de debates no TCMSP

Debate aborda desafios de aprendizagem e Lei de volta às aulas no contexto da pandemia.

Primeira mesa do último dia do ciclo de debates sobre educação

 

Última mesa do evento

 


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