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Assessoria de Imprensa

A Escola de Gestão e Contas (EGC), vinculada ao Tribunal de Contas do Município de São Paulo (TCMSP), promoveu na sexta-feira (11/06) um seminário digital para registrar o lançamento do livro "O Discurso e a História - A Filosofia no Brasil no século XIX", de autoria do professor Júlio Canhada. O evento reuniu como debatedoras as professoras Silvana Ramos, da Universidade de São Paulo (USP), e Yara Frateschi, da Universidade de Campinas (Unicamp). O mediador do encontro foi Silvio Gabriel Serrano Nunes, professor da Escola de Gestão e Contas do TCMSP.

 

O autor da obra que foi o objeto desse lançamento, "O Discurso e a História - A Filosofia no Brasil no século XIX", é o professor Júlio Canhada, graduado em Filosofia pela Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da Universidade de São Paulo (USP) e que se tornou mestre em Filosofia Contemporânea pela mesma universidade, em 2011. Tornou-se doutor em Filosofia pela mesma universidade, em 2017, com a tese "Construções de um século: discursos filosóficos no Brasil oitocentista", sob orientação da professora doutora Marilena Chauí.

 
 
O professor Canhada tem se dedicado aos estudos da Filosofia no Brasil no período dos séculos XIX e XX e suas vertentes como evolucionismo, ecletismo, positivismo, bem como ao discurso de legitimação e desqualificação de uma História da Filosofia no Brasil. Seu currículo aponta ainda que é membro da equipe de pesquisa "Dialogues philosophiques: rencontres philosophiques entre chercheurs d'Amérique Latine et d'Europe", da Universidade Paris 8 e Maison de l'Amérique Latine, na França.
 
 
Após a apresentação do mediador, o professor e conferencista Júlio Canhada explicou que o ponto de partida de sua pesquisa de tese de doutorado na USP, que resultou nesse livro, foi buscar respostas para a questão: “Há uma História da Filosofia no Brasil?” Para isso, ele explicou que seria necessário demonstrar, em primeiro lugar, que existiram estudos da Filosofia no país, mesmo antes da implantação das universidades. Isto é, o que surgiu antes desse modelo de ensino de Filosofia em que se estuda essa corrente de pensamento em termos atuais. Ele procurou demonstrar qual foi o marco zero da Filosofia no Brasil.
 
 
Para o autor, a pesquisa que realizou sobre as origens da Filosofia no século XIX no Brasil constatou que diversas instituições universitárias e outras correlatas regulavam a transmissão do conhecimento nessa área, embora não houvesse a definição exata do que significava ser o ensino prático da Filosofia no país. Segundo Júlio Canhada, os pontos que considerou importantes para realizar sua pesquisa surgiram das diversas leituras sobre o tema, com foco nos registros históricos do desenvolvimento da Filosofia no Brasil.
 
 
Um dos capítulos do livro destaca uma linha de pensamento que foi possível ao autor traçar, desde 1878 até anos recentes, descrevendo uma história dentro da própria história da Filosofia no país, sem adotar o critério da linha do tempo. Para isso, ele elegeu cinco autores que sintetizaram o que há de mais importante na prática filosófica desse período. “Entre os autores citados estão destacados filósofos brasileiros, dos primeiros pensadores até estudiosos dos tempos atuais, como: Silvio Romero; padre Leonel Franca; João Cruz Costa; Antonio Paim e Paulo Arantes”, explicou.
 
 
Além desses autores, o conferencista citou outros estudiosos, que foram considerados pioneiros na formulação de uma Filosofia genuinamente brasileira. Entre eles, o professor Canhada citou que, em 1858, Domingos José Gonçalves de Magalhães, que foi médico, professor, diplomata, político, poeta e ensaísta, publicou o livro “Fatos do Espírito Humano”, “que é considerado à época a primeira obra filosófica escrita por um autor brasileiro, uma vez que, desde 1838, Gonçalves de Magalhães já havia sido nomeado professor de Filosofia do Colégio Pedro II, no Rio de Janeiro”, mencionando também os trabalhos pioneiros para a Filosofia feitos por Antonio Pedro de Figueiredo, em 1840, Eduardo Figueiredo França, e pelos integrantes da chamada Escola de Recife.
 
 
Ao explicar os estudos a respeito da pesquisa com o tema, Júlio Canhada destacou que “a iniciativa abordou a maneira pela qual se constituíram diferentes expressões filosóficas num determinado período de tempo na história do país. Em vez de considerar as teorias como separadas umas das outras, buscou-se encontrar problemas comuns que tratavam de toda tentativa de sistematização filosófica”. Segundo o conferencista, o método de estudo que utilizou foi dividir os problemas em quatro eixos de análise.
 
 
Após a apresentação inicial do autor, a primeira debatedora a se manifestar sobre o conteúdo do livro foi a professora Silvana Ramos, livre docente do Departamento de Filosofia da USP, com ênfase em Ética e Filosofia Política e Filosofia Francesa Contemporânea. Ela é responsável por dirigir o grupo de estudos de Política e Subjetividades. É membro do International Merleau-Ponty Circle. É autora da tese “A Prosa de Dora - uma leitura da articulação entre natureza e cultura na filosofia de Merleau-Ponty”.
 
 
Inicialmente, a professora Silvana Ramos destacou a coincidência de temas de pesquisa escolhidos por ela e por Júlio Canhada envolvendo questões filosóficas com base em estudos realizados pelo filósofo francês Merleau-Ponty. Ela ainda fez considerações sobre a organização e o método da obra, quando observou que o livro chega num momento em que existe um amplo debate sobre questões filosóficas na atualidade no Brasil, principalmente quando se discute a importância de saber se existe uma história da origem da Filosofia no país antes do período da implantação das universidades.
 
 
Em seguida, a abordagem do livro "O Discurso e a História - A Filosofia no Brasil no século XIX" coube à professora Yara Frateschi, livre docente de Ética e Filosofia Politica na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), que possui graduação, mestrado, doutorado e pós-doutorado em Filosofia pela USP. Ela é bolsista de Produtividade em Pesquisa do CNPq. Pesquisadora visitante na Columbia University, na ENS de Paris e na Yale University. Tem experiência na área de Filosofia, com ênfase em História da Filosofia, atuando principalmente em temas vinculados à relação entre Ética e Política, Filosofia Politica e Teoria Crítica.
 
 
Segundo o depoimento da professora Yara Frateschi, “esse livro caiu como um raio na minha cabeça, porque com ele Júlio Canhada fundamentou uma tese que contesta uma narrativa de senso comum que definiu que não houve filosofia pré-universitária no Brasil; que vem acompanhada de certa compreensão de que nós não somos propriamente capazes, aptos, a produzir um discurso filosófico, e que era preciso de alguma maneira civilizar para que pudéssemos fazer Filosofia com algum grau de qualidade, de civilidade”, destacou.
 
 
A organização e mediação do seminário virtual promovido pela EGC foram de responsabilidade do professor Silvio Gabriel Serrano Nunes, doutor, mestre, licenciado e bacharel em Filosofia pela Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo; e assessor jurídico no Tribunal de Contas do Município de São Paulo; além de professor da Escola de Gestão e Contas do TCMSP.
 
 
Após o debate, foi realizada a sessão de perguntas formuladas pelos participantes virtuais do evento por meio das redes sociais da Escola de Gestão e Contas do TCMSP.
 
 

 

 

Professor da Escola de Gestão e Contas do TCMSP e mediador do evento

 

Autor da obra "O Discurso e a História - A Filosofia no Brasil no século XIX"

 

Professora da Universidade de São Paulo (USP)

 

Professora da Universidade de Campinas (Unicamp)

 

 

 


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