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Assessoria de Imprensa, 18/02/2022

Dando continuidade à temática da Inovação, a Escola de Gestão e Contas (EGC) do Tribunal de Contas do Município de São Paulo (TCMSP) promoveu, na quinta-feira (17/2), um encontro online para discutir o tema: “O uso de jogos na Administração Pública”. Para falar sobre o assunto, foi convidado o servidor público Federal, Fernando Kleiman, doutor em Engenharia de Sistemas e Serviços, com defesa de tese sobre o uso de jogos para influenciar a atitude de servidores públicos em relação ao provimento de dados abertos.

fernando kleiman e valdir buqui

Além de ter atuado em diversos órgãos federais, Kleiman apoiou a criação do Laboratório de Inovação em Gestão Pública (G. NOVA) na Escola Nacional de Administração Pública (ENAP). Também é professor-pesquisador da NHL-Stenden (Holanda), com participação no programa de Jogos Sérios (Serious Gaming).

A mediação do encontro foi realizada pelo auditor de controle externo do TCMSP e coordenador técnico da EGC, Valdir Buqui Netto.

Em sua explanação, Kleiman afirmou que o objetivo da palestra é “introduzir o conceito de jogos sérios e iniciar uma reflexão sobre a sua aplicação no contexto da administração pública”.

Ele explicou a sobreposição entre brincadeiras, simulações e jogos. O brincar está ligado às pessoas que participam ou ao objeto utilizado, não necessariamente precisa estar vinculado à abstração de uma realidade. Diferentemente da simulação, que seria pegar um sistema complexo e tentar tornar ele abstrato, de maneira que se possa brincar, porém bem próximo da realidade. Já o jogo seria a junção da brincadeira com a simulação.

Segundo Kleiman, “os elementos que o jogo traz, quando aplicados à realidade, nos permitem elaborar essa realidade, trabalhar com ela de maneira diferente daquela que temos na realidade”. Os jogos devem ser compostos por objetivos claros, regras bem definidas, “feedback” perfeito e participação voluntária. Eles permitem pisar fora da realidade e vivenciar temporariamente outras regras. “As pessoas experimentam coisas nos jogos que na realidade não fariam”, salientou.

O especialista conceituou jogo sério como: “jogos desenhados como jogos, com características de jogos, com elementos como contexto, narrativa, parafernália, dinâmica e mecânica, que ao invés de ter a finalidade de divertir apenas, têm explicitamente definidas finalidades outras que esse ambiente de jogo permite assumir”. Na sequência, explicou cada um dos elementos citados.

Falou sobre os diversos tipos de jogos e suas diversas finalidades. Dentre elas incentivar a empatia, engajamento, comunicação, tomada de decisão, jogos educacionais, construção de cenários e mudança de atitude.

Kleiman discorreu, ainda, sobre o jogo que criou para conscientizar os servidores públicos quanto aos benefícios dos dados abertos. Para que tenham consciência de que produzem dados e que esse conteúdo deve ser disponibilizado. “No jogo tem dados que podem ser abertos e outros que apresentam perigo em ser abertos”, informou. Segundo ele, a abertura de dados encontra resistência de boa parte dos funcionários, por diversos receios. “A minha ideia com o jogo era tentar fazer um ambiente onde a entrega de serviços gerasse um conjunto de dados, e a partir do momento que têm esses dados, o grupo dos servidores que participou do jogo tivesse que discutir e decidir se eles gostariam de tornar aqueles dados abertos ou não. Meu objetivo era tentar mudar a atitude dos servidores em relação à abertura de dados”, afirmou.

O especialista ressaltou que não existe um jogo perfeito, e nem um jogo que serve para tudo. O que ocorre são situações específicas onde o jogo pode ser muito adequado, e para isso ele tem que ser bem desenhado. “Só existe um jogo bom quando você tem o problema bem definido. Se você vai desenhar um jogo para resolver um problema, para ajudar numa solução de algum tipo de problema público, a primeira coisa que você tem que saber é: com qual problema você está lidando. Acho que o maior erro, e o que tem contaminado negativamente as pessoas em relação ao uso de jogo em contexto sério é a má definição de problema”, avaliou.

Acrescentou que, além de saber qual o problema para desenhar o jogo, tem que ter bem definido o público alvo, o sistema e as tensões envolvidas.

Kleiman citou também as cinco características que um jogo deve apresentar quando desenhado para a administração pública: definir qual o uso do jogo, ele tem que ser realista, precisa envolver relações entre pessoas, o ambiente burocrático precisa estar representado neste jogo, e deve conter o conhecimento tácito.

Por fim, falou acerca dos diversos tipos de jogos e como podem ser aplicados à administração pública para produzirem bons resultados.

Terminada a explanação, o palestrante respondeu as perguntas formuladas pelos participantes que acompanharam o evento em tempo real pelas redes sociais da EGC.

Assista à íntegra do evento:

  

 

 

 


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