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Assessoria de Imprensa, 11/12/2019

A Escola de Gestão e Contas Públicas do Tribunal de Contas do Município de São Paulo (TCMSP) organizou, na segunda-feira (09/12), a palestra “Adoecimento Mental e uma Análise Crítica sobre Suicídio Policial”. A iniciativa foi em parceria com a Ouvidoria da Polícia do Estado de São Paulo, com o objetivo de apresentar os resultados da pesquisa sobre o “Uso da Força Letal por Policiais de São Paulo e Vitimização Policial em 2017”.

O palestrante foi o ouvidor das Polícias do Estado de São Paulo, Benedito Mariano, e a mesa teve, também, a presença dos debatedores a Cel. Mônica Ferreira, diretora de pessoal da PMESP; o delegado Luís Gabriel Garcia, do Sindicato dos Delegados da Polícia Civil do Estado de São Paulo; do representante do Conselho Regional de Psicologia, Jamil Torquato Filho; e da diretora do Departamento de Orientação Social da Guarda Civil Metropolitana, Solange Chiosini.

O mestre de cerimônias do evento foi o diretor-presidente da Escola, Maurício “Xixo” Piragino, que falou sobre a importância da realização dessa palestra. “Esperamos jogar luz sobre um tema muito importante, porque compreendemos que as polícias são os servidores públicos que trabalham em áreas mais sensíveis que é a segurança pública, principalmente na questão da diferença entre controle e segurança”, disse ele.

Entre os anos 2017 e 2018, foram contabilizados 78 casos de suicídio nas polícias de São Paulo: 56 na Militar e 22 na Civil. Benedito Mariano foi quem publicou a pesquisa e estabeleceu oito hipóteses de motivos para cometer esse ato. “A primeira questão que se apresenta é que o suicídio policial em São Paulo é epidêmico, o que só por esses fatos já demonstra que esta deveria ser uma atitude prioritária no Governo”, afirmou o ouvidor.

A questão da vitimização policial também chamou a atenção na pesquisa. Além disso, o perfil de quem mais comete esse ato são homens (89%) na faixa etária de 31 a 35 anos (26%) e de 41 a 45 anos (21%). “Não são policiais novos, são pessoas que já passaram do período probatório”, disse Mariano. O instrumento mais utilizado por estas vítimas são o enforcamento, a arma de fogo, queimadura e medicamentos.

Para Benedito, feita a análise dos programas de saúde mental nas instituições policiais de São Paulo, acredita que há uma necessidade grande de ampliação. “Essa mudança passa, do ponto de vista estrutural, pela mudança de paradigma do Quadro de Saúde da Instituição”. Já na Polícia Civil, não existe um programa de saúde mental. “É necessário iniciar do zero. A ideia é cuidar da saúde mental e não se tornar uma novidade, para que o policial saiba que existe uma seccional e onde procura-la”, informou.

Outra proposta interessante feita por Mariano é a inclusão da Saúde Mental como disciplina obrigatória nos Cursos de Formação de Soldados, Sargentos e Oficiais da Polícia Militar. Também incluir o tema nas Preleções Diárias, no Estágio Anual de Aperfeiçoamento e nos treinamentos diários das Unidades. A curto e médio prazo, a pesquisa aponta a necessidade de contratação de profissionais da psicologia para o Sistema de Saúde Mental.

Benedito é enérgico ao elencar oito motivações para que haja esse número elevado de suicídios nos policiais de São Paulo. São eles: estresse inerente à função; falta de suporte à saúde mental; adoecimento mental; conflitos institucionais (abuso de poder, assédio moral, etc.); conflitos familiares e problemas financeiros; isolamento social; rigidez e introspecção; subnotificação das tentativas de suicídio; e fácil acesso a armas de fogo. “A expectativa dessa pesquisa é de que haja uma sensibilização do governo para trabalhar nesse tema. Pelos dados que temos, nossos policiais estão com muitos problemas de saúde mental e o Estado tem obrigação de dar suporte”, encerrou o ouvidor.

O representante do Conselho Regional de Psicologia, Jamil Torquato Filho, participou do processo de construção da pesquisa e apresentou uma diferenciação muito importante vista pelos profissionais da área, que são os sinais de sintomas. “Sempre comentávamos que queríamos saber quais eram esses motivadores, mas existe uma diferença, nem sempre os sinais são traduzidos e identificados, como tristeza”, anotou o especialista.

A diretora do Departamento de Orientação Social da Guarda Civil Metropolitana, Solange Chiosini, afirmou que o índice de suicídios nessa corporação ainda é baixo, mas ressalta que a saúde mental é um fator que preocupa bastante. “A escuta precisa ser feita, o acolhimento é necessário e ajuda muito, porque quando você fala, desmistifica muita coisa”, ensinou ela.

A coronel Mônica Ferreira, diretora de pessoal da PMESP, disse que trabalha a favor da psicoeducação. “Os bombeiros são os que mais sofrem transtornos pós-traumáticos: lida com perdas e acidentes diariamente, e esse trauma é cumulativo. Se ele tem que salvar, como perder alguém? Acaba sendo um acúmulo de impotência e é ruim para esse profissional”, descreveu a diretora.

O delegado Luís Gabriel Garcia, do Sindicato dos Delegados da Polícia Civil do Estado de São Paulo, tem 29 anos de corporação e apontou a dificuldade de trabalhar como policial. “Quem vai cuidar do polícia? Quem cuida de quem cuida? Precisamos escutar esses profissionais”, disse ele.

Ao final, houve um debate com os presentes à palestra com perguntas feitas à mesa. Um certificado de participação na mesa dos debates foi entregue pela presença ao evento.

Clique aqui e confira a pesquisa da Ouvidoria da Polícia do Estado de São Paulo, na íntegra. 

 

 

 


O mestre de cerimônias do evento foi o diretor-presidente da Escola, Maurício “Xixo” Piragino


O palestrante foi o ouvidor das Polícias do Estado de São Paulo, Benedito Mariano


O representante do Conselho Regional de Psicologia, Jamil Torquato Filho


A diretora do Departamento de Orientação Social da Guarda Civil Metropolitana, Solange Chiosini

 


Coronel Mônica Ferreira, diretora de pessoal da PMESP


O delegado Luís Gabriel Garcia, do Sindicato dos Delegados da Polícia Civil do Estado de São Paulo


Público presente acompanha o evento desta segunda-feira (09/12)


Ao final, um certificado de participação na mesa dos debates foi entregue pela presença ao evento

 


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