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A Escola de Gestão e Contas (EGC) do Tribunal de Contas do Município de São Paulo (TCMSP) promoveu, na sexta-feira (07/08), uma palestra on-line sobre o tema "Drenagem Urbana no Município de São Paulo”. Os convidados para debater o assunto foram Flávio Conde, engenheiro pela Escola Politécnica da USP e coordenador do Centro de Gerenciamento de Emergências da Prefeitura (CGE), e Pedro Algodoal, engenheiro civil pela Escola de Engenharia Mauá, que atua em drenagem urbana desde 1983, na Secretaria de Infraestrutura Urbana da Prefeitura de São Paulo (SIURB).

A palestra que gerou maior número de questionamentos dentre os participantes foi apresentada pelo engenheiro Flávio Conde, que mostrou por meio de recursos audiovisuais, a estrutura, o funcionamento e os projetos desenvolvidos pelo Centro de Gerenciamento de Emergências da Prefeitura, conhecido pela sigla CGE. O destaque de sua apresentação ficou por conta do que ele considerou as duas vertentes da palestra, que é o sistema de monitoramento da drenagem urbana na cidade de São Paulo, o que permite a fase posterior, que é a do planejamento, num trabalho preventivo de inundações, principalmente nas áreas urbanas na capital paulista, com maior assertividade e menor custo.

De acordo com Flávio Conde, a origem do projeto do CGE foi um evento extremo por que passou a represa do Guarapiranga, em 1976, que quase causou o rompimento de sua barragem, com o nível da água ficando apenas 15 centímetros do máximo comportado pela represa. Diante daquela situação, ficou demonstrado que a cidade não possuía qualquer ferramenta de gestão de inundações, a não ser esperar o fim das chuvas e das cheias. Assim, a administração municipal decidiu pela iniciativa de criar um sistema de monitoramento em tempo real, com melhores recursos tecnológicos de previsão de detecção dos locais onde poderia cair a chuva, com um sistema de alerta eficiente.

O coordenador do CGE informou em seguida que “o município de São Paulo possui 4.900 quilômetros de extensão de rios e córregos, sendo que desse total, cerca de mil quilômetros já estão canalizados em toda a cidade, o que dificulta o monitoramento nesses locais. Conforme levantamento iniciado em 1977, desde aquela data todo esse sistema de drenagem urbana tem monitoramento realizado em tempo real”. Ele acrescentou que esse projeto foi implantado com o objetivo de permitir o monitoramento automático das chuvas e, consequentemente, dos níveis dos rios e córregos da malha urbana.

“Daquela data até os dias atuais, o trabalho de monitoramento de chuvas evoluiu bastante, que possui um sistema de alerta a inundações contando com uma rede avançada de telemetria, radares meteorológicos e um modelo matemático para a previsão das cheias”, disse Conde. Para comprovar o avanço, o engenheiro registrou que o sistema de alerta conta com 153 estações de monitoramento das chuvas no município, instalados também em todas as subprefeituras, sendo que a região metropolitana de São Paulo tem 400 pontos de monitoramento, funcionando em tempo real. Assim, todos os órgãos que gerenciam as emergências climáticas na cidade recebem os dados imediatamente, o que é importante para a atuação das secretarias sociais e para os órgãos de trânsito.

Além do complexo sistema de monitoramento das chuvas, equipados com radares meteorológicos avançados, o CGE possui também um sistema de alerta para casos de escorregamento de encostas, uma vez que a cidade registra 407 áreas de risco desse tipo, sendo 150 delas para riscos alto e muito alto. Nesse trabalho, o sistema faz o acompanhamento em tempo real dos locais perigosos e gera um alerta visual, que deve ser confirmado presencialmente por um servidor da defesa civil. Todas as informações são monitoradas 24 horas por dia, o ano todo. O trabalho do CGE é feito para períodos de chuva e também para o tempo seco, sendo que nesse caso o alerta mostra as consequências geradas pelo clima muito seco, com queda da temperatura e da unidade relativa do ar, que pode levar a problemas respiratórios.

Finalizando sua apresentação, o engenheiro Flávio Conde falou sobre o uso de cadernos das bacias hidrográficas da cidade no planejamento da drenagem urbana, que funcionam como um registro histórico das chuvas e propiciam medidas de planejamento com diagnósticos, alternativas e ações complementares no que diz respeito a obras e intervenções de melhoria. Ele deu como exemplo o trabalho de contenção de cheias na bacia do córrego Uberaba, na região onde se localiza o prédio do Tribunal de Contas do Município de São Paulo , que vai receber a construção de um piscinão.

A outra palestra a tratar do tema "Drenagem Urbana no Município de São Paulo” foi apresentada por Pedro Algodoal, engenheiro civil com atuação na área desde 1983, pela Secretaria de Infraestrutura Urbana da Prefeitura de São Paulo (SIURB). Ele relatou aos participantes um histórico das iniciativas da administração no núcleo inicial da urbanização para o controle de inundações na cidade, destacando o desenvolvimento tecnológico para a contenção das cheias em rios e córregos do município. A expansão urbana da cidade, com ocupação de várzeas, a impermeabilização do solo, retificação e canalização de rios e córregos, além da falta de planejamento, tudo isso colaborou para agravar os casos de inundações.

Para o engenheiro Pedro Algodoal, é fundamental saber as características da região e as peculiaridades de cada rio ou córrego antes de qualquer intervenção, pois as consequências podem ser agravadas por essa falta de conhecimento. Com base nessa avaliação, ele informou que existem diversas ferramentas a serem empregadas para a construção de canais e reservatórios com vistas a reduzir as enchentes na cidade. Entre elas, Algodoal mencionou os piscinões, pôlderes e os parques lineares, que servem muitas vezes como área de contenção das cheias. Para ele, o reservatório do Pacaembu foi um marco no uso de piscinões para aliviar as enchentes no local, para reservar as águas das chuvas.

Ainda segundo o palestrante, São Paulo registra atualmente inúmeras obras de intervenções, por parte de SIURBS, como as voltadas para a drenagem urbana em execução na cidade, nas bacias dos córregos Aricanduva, Perus, Tremembé, Mooca e Uberaba, onde está o TCMSP, entre outras. Quanto aos projetos idealizados para o futuro em termos de drenagem urbana, Pedro Algodoal revela que um dos sonhos do setor é a construção de um centro integrado de controle da drenagem em São Paulo.

A mediadora do evento foi Gisela Coelho Nascimento, engenheira Civil e Mestre em Engenharia Civil – Hidráulica pela Escola Politécnica da USP, que é auditora de controle externo no TCMSP. Ao final do evento, os participantes debateram o assunto com os engenheiros convidados, que responderam as questões formuladas via chat e transmitidas pela mediadora.

Confira a íntegra da palestra: 

 

Flavio

Gisela

Pedro

 


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