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Assessoria de Imprensa, 07/02/2022

Na última sexta-feira (4), a Escola de Gestão e Contas do Tribunal de Contas do Município de São Paulo (TCMSP) realizou a primeira de duas aulas para ajudar na construção de artigos científicos. O objetivo é de ensinar, a partir de exposições teóricas e exercícios práticos, as técnicas de elaboração necessárias para fazer este trabalho.

 

artigo cientifico 1

O evento contou com a apresentação da assessora de Controle Externo do Tribunal, Ana Carla Bliacheriene e do professor associado da USP, Luciano Vieira de Araújo. A mediação ficou a cargo de Valdir Buqui, coordenador da Escola.

Ana Carla iniciou a exposição falando sobre as diferenças entre expor suas ideias em assuntos científicos e expressões genéricas e pessoais. “Precisamos pontuar o que é um artigo científico. Tudo se encaixa, tudo tem algo em comum e é focado no método. E cada lugar tem suas regras e vão se diferenciar entre elas. O padrão neutro se baseia na ABNT”.

Luciano afirmou que os artigos científicos permeiam todos os níveis de escrita, e existem diversos desafios a serem enfrentados. “Existe uma evolução do processo acadêmico, da pesquisa, da forma a ser apresentada. Muita coisa avança e muda de dez anos para cá, por isso, é interessante esse tipo de conversa”. Atualmente, a atenção que vem sendo dada à ciência gera demanda para esse tipo de texto. “Hoje, as pessoas estão mais próximas, aceitando um pouco mais esses temas. E não podemos ficar dependente de uma opinião dada por um determinado artigo e, com isso, ganhamos uma perspectiva para escrever nossos trabalhos”, afirmou ele.

Bliacheriene trouxe também algumas diferenças entre o que sai publicado em revistas acadêmicas. “Os artigos ensaísticos raramente será um artigo científico caso não obedeça a uma metodologia muito própria. A maioria dos ensaios não são ciência, poderiam estar em um blog sem demérito algum, ou em um jornal de grande circulação”.

Sobre inspiração e transpiração, algo comum entre aqueles que escrevem esse tipo de artigo, Ana Clara foi enfática ao dizer que artigo é transpiração. “É pesquisa, revisão de literatura, busca por um problema claro, de objetivos claros, métodos muito certos e nada disso é por inspiração. É uma busca ativa. A inspiração você escreve poemas, músicas, outras coisas. Essa transpiração vem do resultado do esforço de quem se dedicou”, disse ela

O artigo científico tem objetivos muito claros: contribuir para o avanço da ciência e da sociedade, buscar relevância e qualidade e compartilhar conhecimento. E quando submetido a revistas científicas, tem um roteiro pré-determinado, que começa com a revisão de mesa, passando pela revisão por pares, pelo público direcionado e criticado por seus leitores, chegando enfim a ser citado por outros pesquisadores.

Luciano ressaltou outro ponto importante: o pesquisador, antes de começar a produzir um artigo científico, deve pensar onde quer que o mesmo seja publicado. “Parece estranho essa lógica, mas é porque existem regras, características e interesses. Quando escrevo um artigo, faço minha pesquisa, eu converso com um público específico e determinada revista tem uma forma de apresentar”.

E cada artigo tem o seu valor de contribuição, de acordo com Ana Clara. Elas demonstram de diversas maneiras como se encaixam no conhecimento atual. “Aí vem a questão de supervalorizar ou subvalorizar o seu artigo. Pode vender como algo mais precioso do mundo ou não, é uma causa recorrente neste meio. O autor precisa saber com o quê está contribuindo, apresentar de forma clara, direta e realista, e expor os resultados obtidos e seus impactos”.

Luciano dissertou sobre os motivos pelos quais um artigo pode ser rejeitado. Eles passam por baixa qualidade de texto, falta de estrutura fundamental de um artigo científico, não seguir as regras da revista ou estar fora do escopo da mesma. “É algo que dá pra evitar com mais facilidade. O problema é mais desafiador, quando se rejeita pelo conteúdo. Se ele não traz contribuição, não é inovador, não aborda as teorias relevantes do tema, falta embasamento, tem problemas metodológicos ou há uma clara falta de rigor na pesquisa, então, quando eu percebo isso, evita-se esse tipo de rejeição”.

Além disso, outros motivos de rejeição estão relacionados a plágio e autoplágio. “A falta da citação significa que aquele resultado é de quem escreveu, portanto, seria uma fraude. No autoplágio, as pessoas têm um pouco mais de dificuldade em reconhecer. Só que como você já publicou este resultado, o próximo artigo deve trazer algo novo, por isso, se usa o resultado anterior para tentar enganar o público de que seu trabalho já tem diversas contribuições, também é uma enganação”.

Por fim, a professora Ana Clara falou sobre itens indispensáveis para a publicação de um bom artigo científico. São eles:

- Problema de pesquisa;
- Objetivos gerais e específicos claros;
- Hipóteses e problematizações;
- Boa revisão de literatura;
- Método compatível com pergunta e objetivos;
- Conhecimento do escopo e as regras da revista que o artigo será submetido;
- Apresentar contribuições para a ciência.

A segunda parte da palestra sobre como produzir um artigo científico será realizada na próxima sexta-feira (11), a partir das 17h (horário de Brasília), também com a presença da professora Ana Clara Bliacheriene, agora juntamente com a professora da USP, Maria Hemília Fonseca. Inscrições abertas no site da Escola de Gestão e Contas do TCMSP.

Assista à íntegra da primeira parte deste evento: 

 


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