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José Eloy Alfaro Delgado, mais conhecido como Eloy Alfaro, foi um dos mais marcantes presidentes da República do Equador. Nascido na cidade de Montecristi, ele viveu entre os anos de 1842 e 1912. Filho de um comerciante espanhol, ainda jovem viajou para lugares como Colômbia, Peru, Caribe e América Central com o intuito de realizar negócios. Foi Presidente por duas vezes, a primeira entre os anos de 1897 e 1901 e a segunda entre os anos de 1907 e 1911. Alfaro foi general da Divisão do Exército do Equador e por mais de 30 anos combateu as forças políticas conservadoras, sobretudo os grupos conservadores ligados a Igreja Católica. Por sua liderança na Revolução Liberal Equatoriana, que durou entre os anos de 1095 e 1924, ficaria conhecido como “El Viejo Luchador”.

André Galindo da Costa

Durante a sua juventude, Alfaro estudou sobre o liberalismo anticlerical, corrente teórica  e política que posteriormente ficaria conhecida como liberalismo radical equatoriano. Com apenas 22 anos de idade se envolveu em uma revolta armada contra o Presidente Gabriel García Moreno, o que lhe custou um exílio no Panamá. No Panamá se casou e fez considerável fortuna através da destreza no mundo dos negócios. Com o assassinato de García Moreno em 1875, ele volta o Equador e inicia um conjunto de lutas a favor do liberalismo. Depois de muitas batalhas e derrotas, em 1897, com a Assembleia Constituinte que se instalou, Alfaro seria eleito presidente para o seu primeiro mandato como Presidente da República. A nova Constituição do Equador previa um conjunto de princípios liberais, além da separação entre Igreja e Estado. Em seu segundo governo foi promulgada uma nova Constituição que permitiu o desenvolvimento de obras de infraestrutura e comunicação, a promoção da educação pública e a legalização do matrimônio civil, do divórcio e da liberdade de expressão.

    Eloy Alfaro é lembrado pela sua hercúlea batalha pelo desenvolvimento econômico do Equador. Desde o início do seu primeiro governo ele dedicou grandes esforços para que a ferrovia que liga Guayquil a Quito saísse do papel. Tal projeto enfrentava enormes oposições da Igreja Católica e dos políticos conservadores, mesmo sendo claro os benefícios que ela traria ao ligar a Costa à Serra equatoriana. Acredita-se que no período de sua construção, Alfaro era jurado de morte e por isso andava sempre armado e em alerta. Mesmo no período que não exerceu a presidência, entre os anos de 1902 e 1906, ele dedicou sua vida quase que exclusivamente em gerenciar a construção da linha férrea. Sempre teve uma grande preocupação com o aumento dos ganhos tanto dos empresários quanto dos trabalhadores. Por estimular políticas econômicas protecionistas em determinados setores ficaria conhecido como uma referencia do desenvolvimentismo econômico, corrente teórica ligada a autores como o alemão Friedrich List e o Argentino Raúl Prebisch.

    Em meio a um conflito limítrofe com o Peru que poderia levar a guerra a qualquer instante e diante de uma acirrada competição política interna, Alfaro foi deposto pelo exército em 1911. Saiu do país e voltou em 1912, no entanto foi preso na cidade de Guayaquil.  Foi levado a Quito e encarcerado. Uma multidão de pessoas, lideradas por seus oponentes políticos e por conservadores católicos foram até lá e o assassinaram, arrastaram seu corpo pela cidade e o queimaram no Parque El Ejido. Alfaro ficaria marcado por ser responsável por um conjunto de transformações jurídicas e ideológicas e como pioneiro da modernização da América Latina. Dentre essas transformações estão: o fim dos tributos territoriais dos índios da Serra, o fim das prisões por dívida e autorização para que as mulheres possam ocupar cargos administrativos. Hoje Eloy Alfaro é considerado mártir da democracia e das ideias liberais na América Latina.

Referências
ACOSTA, Alberto. Breve história econômica do Equador. Brasília: Funag, 2006.
ALFARO, Eloy. História da ferrovia. Nariz del Diablo, 1931.
AYALA  MORA, Enrique. Resumo da história do Equador. Quito: Corporación Editora Nacional, 1993.
GONZÁLEZ SUÁREZ, Federico. História geral do Equador. Quito: Casa da Cultura Equatoriana, 1970.
LIST, Friedrich. Sistema nacional de economia política. Madrid: Aguilar, 1955.
SALVADOR LARA, Jorge. História contemporânea do Equador. México: Fundo de Cultura Económica, 1994.


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